Trabalho SIM, lockdown NÃO
Depois de participar de ato contra novo fechamento do comércio em Belo Horizonte, deputada federal Alê Silva exige que o prefeito mostre onde gastou R$ 1 bilhão de recursos investidos em 2020 pelo governo federal
Os belorizontinos estão experimentando novamente os efeitos nefastos da política na economia provocados pelo vírus chinês e a falta de compromisso do seu gestor. Nem bem começamos 2021 e prestes a completar um ano da crise asiática, o trabalho e a sobrevivência financeira das famílias de Belo Horizonte estão ameaçados pelo lockdown, estabelecido de forma sumária pelo prefeito.
Desde a segunda-feira (11/01), está em vigor um Decreto Municipal desautorizando o funcionamento, por tempo indeterminado, de atividades consideradas não-essenciais, como lojas de roupas, salões de beleza, academias de ginástica, bares e restaurantes. A justificativa do prefeito Alexandre Kalil, que por sinal já manifestou sua intenção em se candidatar ao cargo de chefe do governo do estado de Minas nas próximas eleições gerais, é de que a ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), destinados a pacientes com o vírus chinês chegou a 85% e os leitos de enfermaria, a 62%.
Em manifestação de apoio aos comerciantes e comerciários da capital mineira, a deputada federal Alê Silva participou do protesto, em defesa do trabalho e contra o lockdwon, realizado em frente ao prédio da Prefeitura. “O governo federal chegou ao seu limite e o prefeito de Belo Horizonte, diante disso, quer extrapolar esse limite, porque nós sabemos dos seus planos, dos seus projetos políticos. O povo não pode ser escravo, não pode ser fragilizado por causa de projeto político”, critica a deputada federal, durante o ato público realizado na avenida Afonso Pena, no primeiro dia em que entrou em vigor o Decreto.
Quase um ano após o primeiro lockdwon, o município ainda não estruturou o sistema público de saúde, mesmo com os recursos da União transferidos durante 2020. Segundo informações do Portal da Transparência do governo federal foram destinados a Prefeitura de Belo Horizonte cerca de R$ 971.296.293,00. É só acessar e conferir: portaltransparencia.gov.br/transferências
Vale lembrar que no ano passado, a capital mineira foi uma das primeiras do país a endurecer as regras de funcionamento do comércio. O primeiro Decreto foi assinado por Kalil no dia 18 de março. Naquela ocasião, bares, shoppings, casas de shows, boates, casas de festas e eventos, academias, entre outros, tiveram que fechar as portas. Em abril, um mês depois, o prefeito endureceu ainda mais o isolamento social na capital e suspendeu o Alvará de Funcionamento dos estabelecimentos considerados não-essenciais. Somente comércios de caráter fundamental, como supermercados, farmácias, agências bancárias, sacolões, açougues, entre outros, puderam abrir as portas.
A deputada federal Alê Silva, que é advogada especialista em Direito Atuarial, acredita que ninguém quer ser dependente do estado e que todos querem escolher os representantes com liberdade. “Cadê o hospital de campanha, por que ele foi desativado? Cadê os leitos do município? Desde março que o governo federal vem mandando milhões de reais para os municípios estruturarem sua saúde e dar conta da demanda. Cadê o dinheiro? Recurso tem. Cadê a competência para se trabalhar, cadê a gestão? Nós precisamos trabalhar”, desabafa Alê Silva.