A Igreja Católica vive seus dilemas em meio à pandemia da Covid-19.
(Somente a quem interessar, claro. Texto meu, pessoal, sem qualquer relação com O Antagonista.)
A Igreja Católica vive seus dilemas em meio à pandemia da Covid-19.
A principal preocupação é, de fato, saber quando e como as missas presenciais poderão voltar a ocorrer. O rito provoca, claro, aglomerações e os cumprimentos são parte da celebração.
Como distribuir as hóstias sem risco de contágio? É uma pergunta ainda sem resposta. Surgem algumas opções, mas algumas delas (colocá-las em um saquinho, por exemplo) feririam a liturgia.
Quanto à questão financeira, as despesas diminuem em tempos de pandemia, o que ajuda a controlar o caixa das paróquias, algumas com porte de média empresa.
No longo prazo, porém, é um problema: geralmente, as ofertas mais generosas partem dos fiéis mais idosos, que estão respeitando a quarentena e têm pouca familiaridade com transferências bancárias. As doações na Igreja sempre foram essencialmente presenciais, durante o ofertório.
A pandemia é um baque no fenômeno dos chamados “padres pop”, que continuava crescendo nos últimos anos no Brasil. Por mais que se possa migrar para a internet, esse formato de “missa-espetáculo” perde muita força sem as multidões físicas.
A Igreja é convidada, com a pandemia, a voltar à essência: a rezar, a ser testemunho, a ser missionária. Menos barulho, mais vida de fé. Padres que não rezavam mais e não se preocupavam mais com o seu rebanho estão tendo de repensar.
As famílias tiveram de atender ao chamado de sempre: fazer de suas casas uma igreja doméstica, onde o amor de Deus se faz presente. Menos ativismo paroquial, mais testemunho no cotidiano.
Rezemos pelos padres que estão na linha de frente: dando a unção dos enfermos em hospitais, realizando exéquias em cemitérios, levando esperança e conforto a quem sofre.
Vai passar. E sairemos melhores — acreditar nisso é, realmente, um ato de fé.
Creditos: Diego Amorim
Bom dia! Excelente texto!